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Itacoatiara já tem 16 casos de 'doença da urina preta'

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas do Amazonas em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), nesta quinta-feira (26), envia equipe técnica para monitorar o provável surto de rabdomiólise em Itacoatiara (distante 176 quilômetros de Manaus). Até esta quarta-feira (25), 16 casos da 'doença da urina preta' foram notificados da doença no município, os quais têm em comum a ingestão de peixes.

Os técnicos vão atuar na investigação do surto no local e dar suporte às ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Itacoatiara (Semsa/Itacoatiara). “A FVS-RCP vai realizar as ações de investigação complementar no município, com apoio de médico infectologista da FMT-HVD, que irá acompanhar a equipe de Assistência em Saúde do local para manejo clínico dos pacientes”, aponta o diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes.

Dos 16 casos notificados, 11 são do sexo masculino e cinco do sexo feminino, sendo 10 casos distribuídos em quatro núcleos familiares. Entre os casos, há 12 adultos (de 30 a 63 anos) e quatro crianças (de 3 a 12 anos). Sete pessoas seguem internadas no Hospital Regional José Mendes, em Itacoatiara, e dois na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. Quatro pacientes foram transferidos para Manaus (dois em Pronto Socorro da Criança na capital e dois na FMT-HVD).

A coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/FVS-RCP), Liane Souza, aponta que os pacientes foram transferidos por precaução. “Recebemos a informação, pelo Núcleo de Vigilância em Saúde de Itacoatiara, de que as crianças estão clinicamente bem e os pacientes adultos estão com dificuldade para andar, mas com níveis de CPK altos”, detalha Liane, acrescentando que o diagnóstico de rabdomiólise é realizado, por meio da detecção de creatinina-fosfoquinase (CPK) igual ou maior que 1.000 U/L em amostras de sangue coletadas dos pacientes.

Rabdomiólise

A rabdomiólise é uma síndrome clínico-laboratorial que decorre da lesão muscular com a liberação de substâncias intracelulares para a circulação sanguínea. Ocorre normalmente em pessoas saudáveis, na sequência de traumatismos, atividade física excessiva, crises convulsivas, consumo de álcool e outras drogas, infecções e ingestão de alimentos contaminados que incluem o pescado.

O quadro clínico da doença pode incluir elevações assintomáticas das enzimas musculares séricas (creatinina-fosfoquinase – CPK). A rabdomiólise é associada à doença de Haff quando é relacionada à ingestão de peixes e crustáceos de água doce.

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