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Estudo publicado na Nature mostra que cloroquina aumenta probabilidade de morte

Uma análise envolvendo 28 estudos e 94 pesquisadores pelo mundo, inclusive de Manaus, concluiu que o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes acometidos por Covid-19 aumenta a probabilidade de óbito pela doença. A pesquisa, publicada na revista científica Nature, também constatou que o medicamento não possui eficácia contra o novo coronavírus.‌
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‌Coordenado pela doutora em pesquisa, Cathrine Axfors, da Califórnia, a meta-análise, como é conhecida a reunião de estudos sobre uma mesma questão de pesquisa, envolveu 14 estudos publicados e 14 não publicados, que totalizaram 10.319 pacientes. O resultado mostrou maior propensão de mortalidade a grupos de pessoas tratadas com hidroxicloroquina.‌
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‌“Neste trabalho, descobrimos que o tratamento com hidroxicloroquina está associado ao aumento da mortalidade em pacientes com COVID-19, e não há benefício da cloroquina. Os resultados têm generalização pouco clara para pacientes ambulatoriais, crianças, mulheres grávidas e pessoas com comorbidades”, diz o artigo.

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Amazonas
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‌Colaboraram com o estudo o médico e especialista em saúde pública Marcus Lacerda, da Fiocruz Amazonas, e o pesquisador da Fundação de Medicina Tropical Vanderson Sampaio, entre outros especialistas que atuam em Manaus e já haviam constatado a ineficácia dos medicamentos logo no início da pandemia.‌
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‌“Depois dessa avaliação, ficou claro que o uso da hidroxicloroquina aumentava os óbitos, além de não ter efeito terapêutico nenhum. Além de não curar, ela aparentemente contribui para aumentar as chances de óbito. Não significa dizer que é uma sentença de morte, mas a probabilidade aumenta”, observou Vanderson.‌
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‌Contraindicado pelo Organização Mundial de Saúde (OMS) desde março de 2020, o dessas medicações é defendido por alguns médicos e pelo próprio Governo Federal como tratamento preventivo à Covid-19 desde o início do período pandêmico.‌

Marcus Lacerda

"O CRM-AM chegou a abrir sindicância contra o estudo #clorocovid em 2020. Só que nesse caso, descobriu que se tratava de um estudo aprovado na Conep, e que seguiu todas as normas éticas e regulatórias", disse Marcus Lacerda pela rede social Twitter.

À época do estudo, no início da pandemia, Lacerda chegou a ser muito atacado pelas redes sociais, principalmente por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que acreditava no medicamento.

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