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Estudo com 96 mil pacientes não encontra benefício na cloroquina

Uma pesquisa científica publicada na renomada revista "The Lancet" com 96 mil pacientes aponta que a hidroxicloroquina e a cloroquina não apresentam benefícios contra a Covid-19. Os resultados divulgados nesta sexta-feira (22) mostram que há chance de redução da sobrevida e de desenvolvimento de arritmia cardíaca durante a hospitalização pelo Sars CoV-2 com o uso dos medicamentos. As informações são do G1.

O estudo:

96.032 pacientes internados foram observados;
Idade média de 53,8 anos e 46,3% eram mulheres;
Pacientes são de 671 hospitais em 6 continentes;
14.888 pacientes receberam 4 tipos de tratamento diferentes com a cloroquina e a hidroxicloroquina;

As hospitalizações ocorreram entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril de 2020.
De acordo com os autores, os pacientes medicados com as substâncias, incluindo em combinações com outros medicamentos aprovados, apresentaram um risco maior de morte hospitalar e de desenvolvimento de arritmia cardíaca.

"Este é o primeiro estudo em larga escala a encontrar evidências robustas estatisticamente de que o tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina não traz benefícios a pacientes com Covid-19", disse o autor Mandeep Mehra, líder da pesquisa e diretor do Brigham and Women's Hospital Center for Advanced Heart Desease, em Boston, nos Estados Unidos.

Protocolo para uso no Brasil

Na quarta-feira (20), o Ministério da Saúde do Brasil divulgou um documento que orienta o uso da hidroxicloroquina no país em pacientes infectados pelo Sars CoV-2. Nesta quinta-feira (21), uma nova versão foi editada com a assinatura de secretários da saúde da pasta.

A mudança no protocolo era um desejo do presidente Jair Bolsonaro, defensor da cloroquina no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. Não há comprovação científica de que a cloroquina é capaz de curar a Covid-19. Outros estudos internacionais também não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso.

O protocolo da cloroquina foi motivo de atrito entre Bolsonaro e os últimos dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Em menos de um mês, os dois deixaram o governo.

O texto do ministério mantém a necessidade de o paciente autorizar o uso da medicação e de o médico decidir sobre a aplicar ou não o remédio. A cloroquina não está disponível para a população em geral.

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