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Companhia investigará origem de cheiro forte de gás em Manaus

A Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) capitaneou uma reunião com representantes do Ministério Público de Contas (MPC), Defesa Civil estadual, Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam) e Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) nesta segunda-feira (12). A finalidade foi tratar sobre a adoção de ações no sentido de investigar a origem dos fortes odores que vêm sendo sentidos em diferentes bairros da cidade.

Durante o encontro, equipe técnica da concessionária apresentou levantamento sobre os registros de chamados recebidos pela Companhia relacionados à ocorrência dos odores. A maior parte deles é oriundo da zona Centro-sul, especialmente dos bairros Adrianópolis e Parque 10, nas imediações do igarapé do Mindu, no horário noturno. Todos os chamados foram averiguados pela concessionária, que realizou checagem utilizando um equipamento denominado detector de gás, e não identificou nenhum vazamento na Rede de Distribuição de Gás Natural (RDGN).

Foi reforçado que o gás natural é mais leve que o ar e portanto, em caso de possível vazamento, dissipa-se rapidamente na atmosfera, reduzindo dessa maneira os riscos de acidentes e a propagação de odor. E ainda reafirmado que o combustível, in natura, é inodoro e que a Cigás injeta de forma controlada a substância mercaptana como componente odorante com o objetivo de atender a normas de segurança.

Porém, como explica o gerente de Operações da Cigás, Ricardo Ciraulo, para que o odor oriundo do gás natural seja sentido é necessária a liberação de uma quantidade suficiente para ocasionar um forte ruído facilmente perceptível, o que contribui para afastar a possibilidade de vazamento de gás natural. “Não há possibilidade de um vazamento de gás natural ser sentido em diferentes bairros sem que haja forte ruído, e sem que percebêssemos a queda de pressão em nossa rede”, destacou Ricardo.

Equipe técnica da concessionária apresentou levantamento sobre os registros de chamados recebidos pela Companhia relacionados à ocorrência dos odores.

A partir de análise de casos similares em outras localidades, técnicos da Cigás sinalizaram a suspeita de que um composto odorífero, que pode ser encontrado em esgotos sanitários, sistemas de tratamento de fluentes, aterros sanitários, estações de tratamento de esgotos e inclusive, em indústrias de papel, possa ser a causa do odor. Essa substância é o sulfeto de hidrogênio (H2S) ou gás sulfídrico, que é incolor, possui odor semelhante ao composto odorante colocado no gás natural e é mais pesado que o ar.

Devido sua maior densidade, o H2S não se dissipa facilmente na atmosfera, diferente do que ocorre com o gás natural, e em virtude do resfriamento da temperatura, principalmente no horário noturno, aproxima-se da superfície e o seu odor passa a ser mais sentido. Com base nisso e pelo fato dos chamados feitos pela população ocorrerem principalmente a partir das 18h, a hipótese é de que, com o aumento da velocidade dos ventos à noite, o odor do sulfeto de hidrogênio alcance maiores distâncias, por isso, da identificação em vários pontos da cidade. “Inclusive, registramos chamados de locais onde o odor está sendo sentido, contudo sem rede de distribuição da Cigás implantada”, frisa o gerente de Operações da concessionária.

De acordo com o diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar, a Companhia de Gás do Amazonas garante que nunca houve um vazamento relacionado à rede de distribuição e que apesar de todos esses indicadores apresentados, a Cigás faz questão de averiguar todos os chamados da população. Entretanto, ele frisa o interesse da Companhia em averiguar, em conjunto com os demais órgãos competentes, a fonte desses odores como forma de mitigar impactos ambientais e também por questão de responsabilidade social na medida em que é necessário dar tranquilidade à população.

O procurador do Ministério Público de Contas, do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), Ruy Marcelo Alencar de Mendonça, avaliou como sendo positiva a iniciativa da Companhia, frisando sobre a necessidade de esclarecer melhor a população sobre o assunto e também dos órgãos ambientais darem continuidade às apurações para identificar a fonte da poluição do ar, alvo das reclamações populares, colocando-se à disposição para contribuir com o processo dentro da competência do órgão fiscalizador. Representantes da Defesa Civil do Amazonas e do Corpo de Bombeiros também frisaram a importância da reunião e dos esclarecimentos prestados. Órgãos ambientais do Estado e de Manaus também foram convidados a participar do encontro.

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