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Bradesco é condenado a indenizar moradores de Parintins após cobranças abusivas

Segundo o Núcleo de Estatística do Tribunal de Justiça do Amazonas, processos judiciais contra o Bradesco dispararam 47% em 2022

A agência bancária de Parintins

O banco Bradesco foi condenado a pagar indenização por cobranças consideradas abusivas, que contrariam o Código de Defesa do Consumidor aos moradores do município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus). A decisão é do juiz Rafael Rodrigo Raposo, da 1.ª Vara da Comarca da Ilha Tupinambarana.

Segundo a Justiça, os moradores tiveram problemas na cobrança indevida de serviços como Cestas de Serviços, Mora Cred (multa por atraso) e seguros não contratados, geraram diversos problemas para os parintinenses.

Entre os moradores que relataram problemas está o motorista José Wilson Ribeiro. Ele conta que foi cobrado um seguro sem o seu consentimento.

“O Bradesco é um banco que sempre fica com alguma coisa da gente. E eu nunca sabia para onde ia o dinheiro que ficava no Bradesco. Hoje a gente não pode ter dinheiro no Bradesco que eles cobram tantas taxas, ou seja, tiram o dinheiro de todo mundo”, disse.

Outra moradora de Parintins que observou diversas cobranças indevidas em seu extrato bancário foi a auxiliar técnico administrativo Emilly Farias, de 27 anos.

“Identifiquei no meu extrato bancário que existiam descontos indevidos na minha conta do Bradesco. Eram juros por cima de juros e uma cesta na qual eu não havia solicitado. Por muito tempo eu estava pagando essa cesta sem saber que não era obrigada. Então resolvi entrar com o processo. E esperei por um tempo e fui indenizada”, falou.

Problemas com o banco?

Quem nunca teve problemas com o banco? Cobranças indevidas são exemplos mais comuns. Segundo a advogada Denise Coêlho, na hora de reclamar contra a instituição bancária o primeiro passo é: ligar para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e anotar o número de protocolo; caso o SAC não resolva o problema em até cinco dias úteis, procurar a ouvidoria regulamentada pelo Banco Central, registrar a queixa no Banco Central, no Procon-AM e se nada disso funcionar, o consumidor pode entrar com uma ação na Justiça.

A advogada aconselha recolher todas as informações como extratos, contratos, protocolos, capturas de telas em caso de números excessivos de ligações e e-mails com possíveis cobranças. “O segundo passo o consumidor poderá buscar um advogado especialista no tema de sua confiança, ou a Defensoria Pública e ainda o Juizado Especial Cível para atermação da ação”, explica.

Bradesco lidera processos

Segundo o Núcleo de Estatística do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), os processos judiciais contra o banco Bradesco dispararam 47% em 2022, se comparado ao ano anterior. De janeiro a dezembro de 2022 foram registrados 55,8 mil processos, enquanto no mesmo período de 2021, foram contabilizadas 37,8 mil.

Em nota, o Bradesco respondeu que “tem como um dos seus principais valores a qualidade de atendimento aos seus clientes”. E que “trabalha para atender a todos os seus públicos e que promove o aprimoramento constante de seus serviços e produtos, tendo sempre como princípio a adoção das melhores práticas e procedimentos”.

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